Por: Euclides Staub - 01/06/2023 - Boca no Trombone Compartilhe no Whatsapp
Parlamentares da oposição criticam visita de Maduro ao Brasil e acusam Lula de ‘falta de compromisso com a democracia’
A visita do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, provocou reações no campo econômico do governo. Cotado para uma vaga no Brics, bloco econômico formado por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, agora o país vizinho será motivo de um grupo de trabalho para “consolidar” e “reprogramar” a dívida junto ao governo brasileiro, de acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “A partir da consolidação dos números, vamos reprogramar o pagamento. Foi disso que a Fazenda foi tratar”, declarou o ministro a jornalistas durante os eventos de recepção a Maduro no Palácio do Planalto. Segundo o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Venezuela não pagou cerca de US$ 722 milhões emprestados pelo Brasil. Há uma parcela de US$ 84 milhões a vencer.
Ainda de acordo com o ministro, as tarefas para avaliar a revisão da dívida envolverá outros ministérios, como o do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e tratará de assuntos ligados ao intercâmbio comercial. Já a pasta de Minas e Energia estará a par das questões envolvendo o suprimento de energia elétrica a Roraima, inclusive, com a possível retomada da compra de fornecimento energético do país vizinho. Durante o encontro com o ditador venezuelano, Lula revelou que desconhecia o valor da dívida, mas disse ter certeza que ela será paga, assim como a de Cuba. “Porque são todos países amigos do Brasil e certamente pagarão a dívida que têm com o BNDES”, justificou. Já Maduro prometeu formar “uma comissão para estabelecer o tamanho [da dívida] e retomar os pagamentos”.
A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados recebeu na segunda-feira 29, requerimento para que peça às autoridades brasileiras e internacionais a “imediata prisão” do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em visita ao Brasil. O pedido foi protocolado pelo deputado federal Coronel Assis (União Brasil-MT). Se referindo a Maduro como “persona non grata” e “genocida, ele também pede no documento que o colegiado oficie a representação à Interpol no Brasil, argumentando que a prisão estaria de acordo aos critérios do Tratado de Roma. O pedido foi incluído na pauta da sessão da terça-feira, 30. Em 2020, o presidente venezuelano e outras autoridades de governo da Venezuela, foram acusados formalmente pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos por narco-terrorismo. A justiça norte americana entendeu que eles tem envolvimento com o grupo guerrilheiro colombiano, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no envio de cocaína aos EUA. O requerimento cita ainda outras acusações contra Maduro.
“Em razão da presença de Nicolás Maduro, ditador e genocida da Venezuela, em solo brasileiro, e do fato de ser procurado pelo departamento de combate às drogas do governo dos Estados Unidos, sob a acusação de narcoterrorismo e lavagem de dinheiro e do relatório da missão internacional independente das Nações Unidas (ONU), que acusou o Governo de Maduro de crimes contra a humanidade”, diz a justificativa do documento. Maduro chegou ao Brasil na noite deste domingo 28, para visita oficial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e para a Reunião de Líderes da América do Sul.
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