Mulheres no Agro é tema de roda de conversa


Com o objetivo de ressaltar o papel da mulher na operacionalização do agronegócio, a acadêmica formanda do curso de Agronomia Angelica Chini e a orientadora do trabalho de conclusão, professora Silmara Patrícia Cassol, promoveram nesta quinta-feira (24/11) uma roda de conversa com o tema: Mulheres no Agro. A atividade, realizada no auditório da UCEFF, reuniu estudantes do curso de vários semestres juntos com seus professores e a pró-reitora acadêmica, professora Alexandra Raffaelli acompanhada do coordenador pedagógico, professor Kurlan Frey. 

 

De acordo com as organizadoras do evento, a força feminina se faz presente no agronegócio. “Até pouco tempo, a figura feminina era associada às atividades domésticas e a criação dos filhos, as chamadas atividades ‘reprodutivas’. A busca pelo protagonismo desprende a mulher das atividades domésticas para assumir papel e tarefas ligadas à gestão e à operacionalização das atividades rurais”. 

 

Para abordar o assunto a acadêmica Angelica e a professora Silmara Patrícia, convidaram mulheres fantásticas, inspiradoras e referências para compartilhar suas histórias de vida: Marcial Mueller, Vanusa Cassol, Ana Genizini Trevisol, Aline Conterato e Idemar Witt de Marchi. 

  • Marcia Mueller, Produtora Rural, Administradora de Empresas e Presidente do Sindicato Rural de Tenente Portela- Farsul; 
  • Vanusa Cassol, Produtora rural, Engenheira Agrônoma pela UCEFF e Consultora técnica; 
  • Ana Genizini Trevisol, Produtora rural, professora e vereadora no município de Palmitos/SC; 
  • Aline Conterato, Eng. Agrônoma e instrutora de treinamento programa Mulher A1 da macrorregião Palmitos; 
  • Idemar Witt de Marchi, Produtora rural e instrutora de treinamento programa Mulher A1 da macrorregião Mondai.

 

Ainda segundo as organizadoras, a pesquisa realizada para o trabalho de conclusão de curso mostra que, “a realidade das mulheres dentro da agricultura é de muito trabalho e pouco reconhecimento. As agricultoras brasileiras, ainda hoje, sofrem de invisibilidade social como trabalhadoras e como cidadãs. O trabalho realizado por elas é considerado uma ‘ajuda’ dentro da família, enquanto o homem é considerado o verdadeiro ‘produtor rural’. Características estas que fazem a diferença, como: conhecimentos e experiências das mulheres, principalmente no que se refere a produção de alimentos, são menosprezados. No entanto, nas últimas décadas, o trabalho feminino considerado sem valor produtivo e voltado em sua maioria às atividades que garantiam a manutenção da estrutura familiar, como cuidar dos filhos e do marido, e demais atividades domésticas passa a ter nova conotação, participando de forma efetiva do sistema produtivo”.

 

DEPOIMENTOS

Para a professora Silmara Patrícia, “as mulheres presentes na roda de conversa nos ensinaram que os primeiros passos dessa jornada no Agro podem parecer assustadores, mas muitas vezes trazem surpresas positivas. Debater sobre o papel das mulheres no agronegócio funciona como um incentivo e uma inspiração, tanto para os acadêmicos quanto para a sociedade”.

 

Já a acadêmica formanda, Angélica, avalia que “por mais que eu e a professora estivéssemos preparadas e fizemos o máximo para ter um bom evento, ainda tinham coisas fora do nosso alcance como a receptividade do público. Surpreendeu-me muito o fato de um grupo de jovens, na sua maioria homens, não terem perdido o foco. Lá do palco eu via a carinha de cada um surpreso com cada história contada e por isso sou grata. Eu imaginei que seria muito bom, mas foi muito melhor do que o esperado, foi maravilhoso e emocionante. Eu conhecia a história de algumas das convidadas, porém de outras não e me surpreendi. Elas foram incríveis e contaram de forma simples a trajetória de vida delas. Esse evento evidenciou o quanto é necessário cada vez mais trabalhar essas questões no meio acadêmico, alcançar essas mulheres, passamos da hora de perceber e mostrar que a mulher está lá ao lado do homem sendo produtora rural. E isso inicia dentro da universidade, com os profissionais que estão em formação”.

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